O Banco do Brasil (BB) inaugurou ontem, no centro de Belo Horizonte, sua segunda agência especializada no atendimento a micro e pequenas empresas (MPEs) em todo o país – a outra funciona em Campo Grande (MS). A escolha do Estado e da Capital como sede da unidade aconteceu em função da representatividade de Minas para os negócios da instituição.



“Vamos procurar dar um atendimento diferenciado e uma espécie de consultoria para micro e pequenos empresários, que são a grande força motriz da economia brasileira. Esta agência é a que tem a maior carteira de MPEs do banco em todo o país. Isso mostra como o papel de Minas é fundamental. Hoje, o Estado é a maior superintendência que temos no Brasil”, disse o presidente da instituição, Aldemir Bendine.



Segundo ele, o segmento de MPEs, com 2 milhões de clientes, é responsável por cerca de 20% dos negócios do banco. Do começo do ano até esta segunda-feira, a agência central do BB na Capital desembolsou R$ 200 milhões em linhas de crédito para o segmento.



Conforme o diretor nacional de MPEs, Adílson Anísio, cerca de 30% das empresas que se encaixam na categoria em todo o país são clientes do banco, o que também se aplica ao Estado de Minas Gerais. A carteira de crédito para o segmento hoje é de R$ 94 bilhões em nível nacional e, no ano passado, os desembolsos na modalidade chegaram a R$ 122 bilhões.



Em Minas, a carteira de clientes MPEs é da ordem de R$ 9,5 bilhões atualmente e a meta do banco para este ano é aumentar este valor entre 18% e 22%, mesmo objetivo para o resultado nacional. “Estamos investindo na simplificação da utilização do crédito para MPEs”, resume o diretor.



Ele explica que este é um projeto nacional, cujo objetivo é melhorar e aprimorar o atendimento ao micro e pequeno empreendedor. Na agência do Centro de Belo Horizonte, que funcionará no segundo andar do edifício do BB na rua Rio de Janeiro, serão 25 funcionários treinados especificamente para atender MPEs.



Entre as principais linhas que a instituição oferece para as MPEs estão as de capital de giro e as de investimento. Na modalidade de investimento, um bom exemplo, segundo o diretor, é o Cartão BNDES, uma linha desburocratizada, que vai até R$ 1 milhão, com carência de até 48 meses e 0,86% de juros ao mês. Para capital de giro, um exemplo é o Giroflex, com taxas de 1,2% ao mês e até 36 meses de prazo para amortização.



Durante a cerimônia de inauguração da agência de MPEs, o BB também anunciou que reabrirá, a partir do dia 2 de setembro, as contratações de crédito no âmbito do BB Giro Décimo Terceiro Salário, que oferece financiamento para capital de giro direcionado ao pagamento do salário extra do fim do ano. Para esta linhas já está disponibilizado R$ 1 bilhão.





Legislação municipal – O prefeito de Belo Horizonte comemorou a inauguração da agência MPEs do BB. “Sabemos da importância das MPEs e da dificuldade de acesso ao crédito. A contar com uma agência como esta, o microempreendedor se sentirá estimulado a dar prosseguimento aos negócios frente aos entraves burocráticos para captar financiamentos”, afirmou.



O chefe do Executivo municipal lembrou que, no começo deste mês, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) publicou a Lei 10.640, que trouxe medidas para beneficiar o segmento, como fiscalização orientadora, canais facilitadores de crédito e um marco regulador que permite maior espaço para as MPEs participar das concorrências públicas.



O presidente do Conselho Deliberativo do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Roberto Simões, que também é presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), também festejou a inauguração da nova agência.



“É um data especial porque sempre incentivamos a especialização do BB no setor de MPEs, segmento que mantém a economia viva e gira os negócios, especialmente em momentos de baixo dinamismo como o que vivemos”, pontuou Simões.

Fonte: Diário do Comércio