Câmara autoriza redução dos ‘supersalários’ de 1.371 servidores Funcionários que serão atingidos ganham acima do teto do funcionalismo. Decisão anunciada pela Mesa Diretora cumpre determinação do TCU.

 

Câmara autoriza redução dos ‘supersalários’ de 1.371 servidores Funcionários que serão atingidos ganham acima do teto do funcionalismo. Decisão anunciada pela Mesa Diretora cumpre determinação do TCU.

A Câmara dos Deputados oficializou nesta terça-feira (15), em reunião da Mesa Diretora, o corte dos salários de 1.371 funcionários que ganham acima do teto constitucional (atualmente de R$ 28 mil, equivalente aos vencimentos de um ministro do Supremo Tribunal Federal). De acordo com o presidente da Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), serão atingidos pela medida 676 servidores ativos e 695 aposentados.

“A Diretoria-Geral concluiu seu trabalho examinando caso a caso e decidiu cortar os supersalários atendendo a decisão do TCU”, anunciou Alves ao final do encontro da Mesa Diretora.

No entanto, o parlamentar do Rio Grande do Norte enfatizou que a Casa não irá cobrar dos servidores a devolução retroativa dos valores que já foram pagos acima do teto. Ao contrário do que ocorreu no julgamento dos supersalários do Senado, os ministros do TCU não exigiram que a Câmara descontasse os contracheques dos funcionários retroativamente. “Aqui não houve essa reclamação do TCU [devolução do dinheiro pago a mais], portanto, esse assunto não está em análise”, destacou.

De acordo com a diretoria-geral da Câmara, o corte nas remunerações vai gerar uma economia de R$ 6,7 milhões por mês, o equivalente a cerca de R$ 80 milhões por ano.

Atualização

Na semana passada, a Câmara havia anunciado que reduziria as remunerações de 1.366 funcionários, mas foram identificados posteriormente outros cinco servidores inativos com vencimentos superiores a R$ 28 mil. Por isso, o número de atingidos subiu para 1.371 pessoas.

O ato da Mesa Diretora atende a uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), que, em 14 de agosto, deu 60 dias para que a Casa regularizasse os pagamentos que ultrapassassem o teto constitucional.

Os “supersalários” são decorrência do entendimento do Legislativo de que o pagamento por função comissionada não entraria no cálculo para adaptar as remunerações ao teto constitucional.

Conforme auditores do Tribunal de Contas da União, o prejuízo aos cofres da Câmara com o pagamento de salários irregulares soma R$ 517 milhões por ano. Nas contas dos técnicos da corte de fiscalização, 18,75% dos gastos da Casa com pessoal estão irregulares.

Senado

Na última quinta (10), a mesa diretora do Senado aprovou ato que estipula como valor máximo dos salários de servidores da Casa o teto do funcionalismo público federal.

Com isso, cerca de 540 servidores terão os vencimentos cortados no próximo dia 21, quando receberão os salários deste mês, segundo informou a assessoria da Presidência do Senado. Esse número corresponde a aproximadamente 8,5% do total de 6.283 servidores do Senado (3.033 efetivos e 3.250 comissionados), de acordo com dados fornecidos pela assessoria.

A decisão também atende determinação do TCU que, em 25 de setembro, decidiu que o Senado teria 30 dias para cortar os chamados “supersalários”. De acordo com o TCU, o Senado vem pagando de forma indevida, anualmente, R$ 157 milhões, dos quais R$ 60 milhões somente em salários acima do teto. A diferença se refere a outros pagamentos considerados irregulares pelo TCU, referentes a horas-extras, horas não trabalhadas e acúmulo de cargos indevidamente.

Aluguel de carros

Na reunião desta terça, a mesa diretora da Câmara também decidiu limitar a R$ 10 mil por mês e a 5% do preço do veículo o valor do aluguel de carros por deputados federais. Além disso, os parlamentares só poderão contratar veículos que estão em nome de empresas voltadas a este ramo. Está proibido, portanto, o aluguel de carros registrados em nome de pessoas físicas.

Em setembro, o programa “Fantástico” revelou que alguns deputados usavam dinheiro da cota para o exercício de atividade parlamentar para alugar automóveis de empresas com endereços falsos.

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