Os jovens brasileiros estão mais empreendedores. Pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas, para o grupo Lide Futuro, mostra que 80% dos entrevistados esperam tornar-se empreendedores em 10 anos, enquanto outros 46% já estão empreendendo. O Lide Futuro é uma vertente do Lide – Grupo de Líderes Empresariais, que tem como objetivo, entre outros, ser uma referência para o público jovem, compartilhando experiências e fomentando práticas de sucesso no ambiente empresarial.

Como explica a presidente do grupo, a empresária Patricia Meirelles, a pesquisa é feita durante os eventos do grupo, os Like the Future. “Somos cerca de 300 filiados. Nosso objetivo é fomentar o empreendedorismo e uma das nossas principais ações são os Like the Future, encontros trimestrais, nos quais a gente apresenta cases de sucesso”, explica. De acordo com a presidente, 80% dos integrantes têm entre 25 e 35 anos.

Para Fernando Meirelles, professor da FGV e coordenador da pesquisa, em alguns anos, o Brasil será “um dos países mais empreendedores do mundo”. “O empreendedorismo é uma tendência de maneira geral na sociedade brasileira”, sustenta.

Com apenas 25 anos de idade, o casal de namorados Bárbara Lorena Dias Gonçalves Dória e Felipe Freire Orasmo de Moraes serve como exemplo disso. Eles deixaram a comodidade do emprego com carteira assinada para abrir uma empresa. Isso ocorreu faz apenas quatro meses. A Copas Store, que fica no Shopping Quintino (centro), comercializa roupas vintage criadas pela própria dona da loja.

“Com a cara e a coragem, montamos o negócio. O acerto das nossas demissões foi suficiente para pouca coisa. Nós mesmos reformamos e decoramos a loja”, afirma Bárbara. Ela diz estar se sentindo muito feliz pela decisão. “Minha expectativa é grande. Espero com a loja obter um reconhecimento da marca. Quero que a pessoa olhe para a peça e saiba que é uma Copas”, explica.

Por enquanto, o casal só produz e vende roupas para mulheres, mas, em fevereiro, vai lançar uma linha masculina. “Logo pretendemos abrir mais uma loja, queremos fazer um atendimento personalizado. Pretendemos algo diferente, como colocar uma banda para tocar na loja”, afirma.

Wladimir Marcondes de Barros, 31 anos, também acabou de deixar um emprego para empreender junto com o sócio Marco Quinelato, 29. Eles abriram a BQ Tecnologia, empresa cujo foco é o desenvolvimento de aplicativos para smartphone. “Antes de decidir (abrir o negócio), precisei de uns três meses para pensar. O medo é bom porque faz com que a gente tome cautela na vida”, diz ele. Decisão tomada, com apenas três meses na nova vida de empresário, ele afirma que a sensação é muito boa. “Acordar e poder fazer o próprio horário não tem preço. Saber que vai trabalhar no final de semana em seu próprio negócio também não”, afirma.

Professor universitário, carreira que ele não abandonou, Barros diz que os estudantes de hoje estão cada dia mais empreendedores. “Está no sangue deles, que são mais curiosos (que as gerações anteriores) e se arriscam com mais facilidade”, declara.

Fonte: Folha Web