Comissão entrega texto final do Código Penal ao Senado

 

Comissão entrega texto final do Código Penal ao Senado

Relatório foi produzido por grupo de juristas, liderados pelo ministro Gilson Dipp, vice-presidente do STJ

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), já recebeu o relatório final da comissão temporária que examinou a proposta de reforma do Código Penal Brasileiro (PLS 236/2012). O texto já havia sido aprovado na comissão em dezembro do ano passado e é fruto da análise, pelos senadores, do relatório produzido em 2012 por uma comissão de juristas presidida pelo ministro Gilson Dipp, vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ).



Renan reconheceu que as questões penais constituem matéria complexa, mas apontou que o assunto foi tratado com seriedade e realismo pela comissão, que se atentou à evolução dos costumes, das relações sociais e da tecnologia. “Estamos diante de um primoroso trabalho. Tenho convicção de que nosso esforço se traduzirá em um instrumento eficaz para lutar contra o crime e promover a paz social no Brasil”, disse.



O ministro Gilson Dipp e outros membros da comissão de juristas estiveram presentes à solenidade. Dipp disse que a contribuição da comissão foi apresentar uma proposta moderna, aberta e sem preconceitos. Ele ainda destacou a forma como o Senado recebeu a proposta da comissão de juristas, elogiando a celeridade e as alterações realizadas na comissão de senadores. “Os senadores são os legítimos representantes do povo brasileiro”, disse.



O texto agora será analisado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Casa.



O relator da comissão, senador Pedro Taques (PDT-MT), frisou que o atual código, em vigor desde 1942, está em descompasso com a sociedade atual. Ele reconheceu os “vários avanços” da comissão de juristas e agradeceu o apoio dos colegas senadores, apontando que o relatório é “uma obra de autoria coletiva”.



De acordo com Taques, o novo texto será mais enxuto e moderno ao tratar das questões penais. Como exemplo, ele informou que os atuais 1.750 tipos penais foram reduzidos para 355. “Este código não vai resolver os problemas de segurança, mas é um instrumento para ter uma sociedade mais livre, justa e solidária”, declarou.

 

Propostas – Diversas propostas do texto entregue pela comissão de juristas foram mantidas pelos senadores. O projeto torna o sistema penal mais moderno, ao prever mais possibilidades de substituição penal para os crimes de menor potencial ofensivo e mais rigor nos prazos para progressão de pena e nas penas para crimes considerados graves.



A proposta também tipifica o crime de enriquecimento ilícito e aumenta as penas para a corrupção.



A proposta sugere penas maiores para crimes contra a vida, aumenta o rol de crimes hediondos e torna mais rigoroso o modelo de progressão de penas, impondo ao condenado por crime mais grave tempo maior sob regime fechado nos presídios.



Como propuseram os juristas, o texto preservou o limite máximo de 30 anos de prisão, mas com ressalva caso ocorra condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena. Nessa hipótese, o limite máximo poderá passar a ser de 40 anos, não importando o período de pena já cumprido. Sem adotar a tipificação do crime de feminicídio, o relatório aumenta a pena para o crime de lesão corporal praticado no ambiente doméstico.



Em relação ao texto dos juristas, a comissão retirou dispositivo que podia descriminalizar o porte de drogas para uso pessoal e, quanto ao aborto, afastou a hipótese de legalização da prática até as 12 primeiras semanas em razão da incapacidade psicológica da gestante de arcar com a gravidez. As informações são da Agência Senado.

Fonte: www.diariodocomercio.com.br/

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