Obrigações acessórias elevam custos das companhias
Em poucos lugares do mundo elas são tantas e tão vorazes, exigindo as mesmas informações em formatos distintos Quando ouvimos falar de coisas acessórias, imaginamos peças ou partes de algo cuja aquisição não é fundamental para o pleno funcionamento do sistema, certo? Sim, se nos referirmos ao mundo da moda ou ao mercado automotivo. Contudo, existe uma espécie de universo paralelo, conhecido como Sistema Tributário Brasileiro, em que o termo determina a sobrevivência ou não de um empreendimento, seja ele pequeno ou muito grande. Trata-se do complexo ambiente das obrigações acessórias, cerca de 200 normas que – dia a dia, mensal e anualmente – regem a vida das empresas brasileiras. Em poucos lugares do mundo (talvez em nenhum) elas são tantas e tão vorazes, muitas vezes exigindo as mesmas informações em formatos distintos e punindo com multas pesadas (os mesmos valores, independentemente do porte da corporação) aqueles que não cumprem suas determinações. Estima-se que atualmente o Brasil tenha mais de 150 obrigações acessórias que, além de elevar os custos, também tornam mais burocrático o dia a dia dos empresários. Somente para reunir dados, calcular valores devidos e preencher documentos relativos aos principais tributos, as empresas brasileiras gastam em média 2,6 mil horas por ano, ou 108 dias, de acordo com o último levantamento do Banco Mundial. O fim das obrigações acessórias é uma das bandeiras da Agenda Legislativa e Política 2014 da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon).
Agenda Simplificar normas e procedimentos de abertura, manutenção e baixa de empresas, impedir a aprovação de proposições legislativas que aumentem a carga tributária brasileira e lutar por medidas que visem à desburocratização também são bandeiras da federação, que atua estrategicamente oferecendo suporte técnico à Frente Parlamentar Mista em Defesa do Setor de Serviços e à Frente Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa. Para Berti, é preciso exercer diálogo constante com os parlamentares e lembrá-los do peso que a categoria tem (a Fenacon congrega 37 sindicatos, Sescons e Sescaps, e representa mais de 400 mil empresas de serviços contábeis, assessoramento, perícias, informações e pesquisas. Um setor que gera 6,47% do Produto Interno Bruto nacional e 4,5 milhões de empregos diretos) para atingir o objetivo que é a redução das obrigações acessórias para um máximo de quatro.
Unificação
Correção de impostos
Burocracia
“As empresas consomem 30% de seu tempo apenas nas transmissões ao governo das obrigações acessórias solicitadas”
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Fonte: DCI – SP |