Crédito seletivo virou saída para inadimplência; confira como

 

Crédito seletivo virou saída para inadimplência; confira como

Com onda de aumento de 6,6% do calote de micro e pequenas empresas em Minas, empreendedores planejam financiamento e atrelam pagamentos às receitas

A redução a 5,50% ao ano do juro básico da economia, que remunera os títulos do governo no mercado financeiro e serve de referência para as operações nos bancos, promete aquecer a demanda de financiamento das empresas, mas ainda está longe de representar acesso seguro e facilitado ao crédito. Em Minas Gerais, a inadimplência das micro e pequenas empresas cresceu 6,6% neste ano, frente a 2018, de acordo com a pesquisa mais recente, divulgada em maio último, da Serasa Experian, consultoria de serviços financeiros.

O estudo indicou que estavam inadimplentes 596,8 mil micro e pequenas empresas no estado, do universo de 5,434 milhões de empreendimentos no Brasil endividados, crescimento de 6,1% ante maio do ano passado, percentual considerado recorde no país. Embora o empréstimo bancário seja alternativa para o comerciante investir no capital de giro do seu negócio, ampliar os estoques e elevar o faturamento, que estratégia deve ser adotada para evitar a inadimplência?
Uma das recomendações é que, antes de recorrer ao crédito, o empreendedor conheça a fundo o seu negócio e trabalhe de forma sustentável, dentro da sua capacidade de pagamento. Foram essas as primeiras medidas adotadas pelo empreendedor John Erlei Smith Amaral Lima, de Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, protagonista de uma história de sucesso no aproveitamento de uma linha de crédito.
Ele se estabeleceu com o negócio, um pequeno salão de beleza, em um imóvel alugado da cidade. Passados 15 anos, hoje, é dono de um moderno estúdio de beleza, em sede própria, empregando 25 pessoas. John Smith conta que, inicialmente, recorreu à linha do microcrédito, tendo tomado financiamento de R$ 5 mil. Voltou a adquirir outros empréstimos no mesmo valor, investindo o dinheiro em estoque de produtos, na manutenção da empresa e no aluguel de roupas para festas e para noivas.

Após receber o auxílio de uma consultoria, ele decidiu arriscar na ampliação do negócio e contratou outro empréstimo no valor de R$ 450 mil. Com o financiamento, construiu a sede própria: um moderno instituto de beleza,  que oferece vários serviços, incluindo salão de beleza, barbearia, aluguel de roupas para festas e formatura e atendimento a noivas.
Adquiriu também experiência no uso do financiamento bancário para incrementar o negócio próprio  Hélio Calais Lisboa, dono de uma loja no varejo de Montes Claros, onde revende produtos de baixo custo. Calais destaca que o empréstimo para capital de giro é liberado sem burocracia, mas alerta para o fato de que, ao recorrer ao banco, o empreendedor deve trabalhar de forma planejada.
comerciante nunca deve adquirir empréstimo em valor superior às receitas do negócio. “O financiamento precisa ser pago de acordo com o faturamento”, afirma. “É preciso ter

os pés no chão e manter um bom histórico de pagamento”, observa Calais, citando que, ao evitar a inadimplência, o empreendedor pode receber novos empréstimos, se beneficiando das facilitadas da Lei do Cadastro Positivo e da Lei do Bom Pagador, sancionada neste ano.

Desaforo, não

Segundo Calais, o último trimestre do ano costuma ser o melhor período para o lojista buscar o crédito necessário para investir em capital de giro e aumentar os estoques. “O empresário deve recorrer aos financiamentos para capital de giro e comprar mercadorias entre outubro e dezembro. São os melhores meses por causa do aumento das vendas no fim do ano”.

O peso dos financiamentos no comércio é mostrado pelas operações da Cooperativa de Crédito de Livre Admissão Regional de Montes Claros (Sicoob Credimontes). De acordo com o superintendente da cooperativa de crédito, Ernane Meira, a entidade, criada há 22 anos, voltada para o atendimento, prioritário, às necessidades do comércio lojista da cidade, já tem carteira de 4 mil clientes, com uma movimentação de R$ 50 milhões mensais.
Ernane Meira adverte que  “o financiamento é vantajoso desde que o comerciante faça a aplicação do recurso de forma correta”. Ele ressalta que cooperativa orienta os clientessobre o bom aproveitamento da linha de crédito.  “É importante que o empreendedor tenha conhecimento do mercado e do seu negócio. Dinheiro não aceita desaforo. Se a pessoa pegou o dinheiro emprestado para comprar uma xícara, deve investir na compra na xícara e não usar o dinheiro para tomar cerveja”, comenta o superintendente da cooperativa de crédito.
Fonte: www.em.com.br
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